Eu acordei sozinha, dolorida. Marcas brancas descreviam os caminhos das lágrimas de ontem. Não sabia quanto tempo havia se passado até que eu acordasse, mas estava secretamente feliz, estava longe de casa. Muito longe. Ninguém pra apontar defeitos... ninguém pra implicar por qualquer motivo... aqui poderia morrer, morreria duplamente livre.
Levantei com calma, apoiada nos gravetos e folhas secas. Olhei em volta. Árvores brincavam em volta de mim e me confundiam. Minha cabeça doía e tem algo em volta de mim que a faz doer mais ainda, um cheiro forte de rosas.
- Olá - disse uma voz
- Oi - respondi meio tonta. E procurei de onde vinha tanto grave de voz. Era alto, moreno, cabelo liso escorrido na testa e espichado dos lados. Era lindo.
- Acordou finalmente.
- Esteve esperando? O que quer? - eu queria saber o que ele podia querer com uma pessoa que dormia na rua.
- Sabia que você fala rouco enquanto dorme? É lindo.
Ele sorria apoiado numa árvore logo à minha frente.
- Então... está sozinha? - disse ele ainda sorrindo.
- Espero que sim... - ele estava me confundindo. Tentei arrumar meu cabelo sem dar muita bandeira.
- Com fome? Tem muita fruta por aqui.
Eu o encarei meio espantada e decidi falar o que estava engasgando.
- Como você veio parar aqui? Quero dizer... o que te levou a me obsevar nesse tempo todo? Qual é o seu problema?
- Ah... isso...Bom... digamos que eu sempre estive aqui... Não, não sempre, mas eu meio que vim com você.
O resto mais tardeeeee.
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