O amor de Dastan

Dastan, valoroso cavaleiro das cruzadas do século seu e de seu pai, voltava para casa cansado, esfolado e cheio de câimbras  Fugindo do seu passado como quem foge do diabo em pessoa, lembrava-se bem até demais da mulher que o enganara para tentar apossar-se de seu dinheiro.

"Queria que visse o bravo Dastan agora - pensou amargamente - Queria ver se tentaria me roubar de novo."

Mas o problema da armação era que, além de Dastan ser muito cuidadoso com o que come e bebe na presença de uma mulher, ele nunca se apaixonara durante suas lutas.

Ele fora obrigado a participar das cruzadas para defender suas terras da voluntariedade do rei, mas agora estava livre, tendo cumprido seus anos de serviço. Agora poderia voltar e tentar fazer de sua vida o que lhe interessava mais. Falaria com seu rei, que também era seu pai, que desposaria a unica mulher em quem pensara desde tanto tempo. Lara, a garota filha dos camponeses da casa do muro.

Ele queria casar-se com ela desde que a conhecera, mas algum mal entendido fez com que se tornassem menos que estranhos. Ela de alguma forma o fez acreditar que era de sangue nobre e ele logo se encantara por ela. Mas ao descobrir sua origem, teve que rejeitá-la na frente de sua família e fora obrigado a cumprir sua adolescência nas cruzadas. Matara muitos homens, em sua maioria ladrões e estupradores. Mas tivera que matar homens inocentes em sua jornada, a mando de seu comandante. Se sentia sujo e fadado ao desprezo de si mesmo pelo resto de sua vida desde então.

Mas se ela também tivesse sentido algo por ele naquele momento... se ela também o amasse talvez pudesse ser feliz outra vez, como quando a conheceu. A sombra daqueles dias ainda o assustava... nunca mais tinha sorrido de verdade. Ele entendera que por anos todos os ladrões e bandidos que apareceram em seu caminho tinham sido encomendados por ela, a mulher que o enganara e tentara matá-lo...A mulher em quem tinha depositado confiança, a que ele tinha acreditado poder fazê-lo esquecer do sorriso da camponesa. Agora só conseguia acreditar em seu coração. E ele era de Lara. Sempre o fora e agora ele aceitou isso profundamente. Era a unica verdade em sua vida.

"Até nunca mais, Vicena. Olá, Lara" disse ele enquanto cavalgava lentamente carregando seu ouro em outro cavalo que vinha atrás. "Queria ver sua cara agora, acordando depois de três dias sozinha em algum lugar barato, sem saber que nunca existiu nenhum Senhor Conde Treeshaw. Sua mentirosa estranha."

Ele sorria até chegar nas terras de seu pai, quando desceu do animal para ver escondido onde estava o muro da propriedade, onde estaria a casa de Lara. Ele deu uma volta grande para não passar pela entrada principal. Ela não o veria chegar, saberia depois do casamento. Então assim ele saberia se era por ele ou por sua aparência que ela o aceitaria. Ou se pela vontade do rei, que assim fosse. Ele nunca fora realmente um príncipe até passar fome nas cruzadas. Sabia o que era luta. Sabia o valor do seu dinheiro. Sabia que ela se apaixonaria por ele de novo se um dia o perdoasse por tudo o que disse quando teve que rejeitá-la. Sabia que se ela o amasse seria só dele para sempre. Ela era desse tipo de mulher.

Sorrateiramente ele viu a casa. Colocou sua capa aveludada, que disfarçaria sua identidade e galopou para a entrada do castelo. No dia seguinte estaria nos braços dela. Não forçaria ela a estar com ele se não quisesse. Mas nas cruzadas aprendeu como um homem pode convencer uma mulher a se soltar tempo suficiente para ouvir a verdade. E então ela seria dele.

A História de Vanmícia

É claro que ela sabia que era perigoso andar a noite por aquele pedaço. Mas quem é que sabe melhor os costumes do que quem mora no lugar? Ela era confiante em dizer que era seguro andar por ali se fosse rápido. Se coisas estranhas vinham acontecendo por ali não era por ser noite que o clima mudaria, afinal, ela crescera ali  e nunca vira nada diferente.
Ela estava tão habituada àquela rua escura e fria estar sempre tão vazia, que ela quase caiu quando viu o homem ali, parado olhando para ela, como se a esperasse. Imediatamente ela começou a pensar em como se defender e quase quis chorar de raiva quando se deu conta de que estava completamente indefesa. Ela poderia jurar que tinha visto o homem sorrir antes de parar exatamente na frente dela, impedindo a passagem, mas o rosto dele parecia extremamente sério.
" Ei, você! Eu estava te esperando. Queria mesmo falar com você..."
Vanmícia parou  e esperou que ele só quisesse roubá-la. Ela não percebeu que tinha dito isso até que o homem sorriu. Ela se surpreendeu que seu sorriso parecesse só gentil e não faminto, como ela esperava que fosse. Ele avançou pra ela e segurou sua mão com urgência.
" Preciso que você venha comigo, mocinha. Espero que você seja realmente quem acho que é, outro engano nessa altura do campeonato..."
Ele usava uma roupa simples mas não parecia pobre, o que era aquilo então? Um sequestro? O que estava acontecendo?
Ela percebeu que estava dentro de uma carruagem e que tinha muito espaço nela. "Pode vestir-se de acordo. Estarei  com o cocheiro, ali na frente." E simplesmente saiu e falou com o homem do lado de fora.
Ela lembrou-se que haveria uma grande festa naquela noite, na maior casa da cidade. Ela entendeu que aquele deveria ser um convite. Mas quem era aquele homem?

Princa

Era pura dor. Ela tinha lido sobre pessoas absurdas que acreditavam que enganavam as outras dizendo que tinham sido abduzidas. Era tudo tão ridículo... não tinha nada pior que o ser humana e sua maldade horrível. Ela não se atreveu a respirar. Esperou que ele acabasse e depois que ele foi embira ela se mexeu pra tentar ajudar em algo. O tempo que passara esperando que ele fizesse tudo foi tempo demais. O outro homem estava quase morto. Ela o olhou com compaixão. " Você ainda é real ou eu já estou morto?" Ela sentiu as lágrimas rolarem."Está vivo, por favor, não se preocupe." Ele respirou fundo. "Ele bateu no senhor por quê?" "Eu não tinha dinheiro". Que nojo, que raiva daquele homem! "Quero que dê isso a uma menina chamada Nula. Nula Respanti. É importante" disse o velho semi morto entregando-lhe um anel dourado e preto."Pode fazê-lo?" "Claro." Ela teve pena do velho e não notou o que estava prometendo, mas sabia que não mediria esforços para atender o pedido. Ela segurou o anel e percebeu que era estranhamente pesado. "O-onde posso encontrá-la??" Ela perguntou.... mas o homem já estava morto. Ela odiou estar ali naquela bendita padaria e ter saído por aquela rua. odiou ter visto aquele assalto idiota e aquele senhor, com idade para ser avô dela, pedindo socorro. Mas ela não teria chance contra o assaltante, era gigantesco... e ela tinha apenas um bom senso de perigo. Ela devia, mas não poderia ter ajudado em nada... Mas a dor do velho permaneceu em sua mente e ela soube que deveria encontrar a tal mulher. Ela respirou fundo, enxugou os olhos e segui pelo caminho de casa, ainda com a cabeça do assaltante na cabeça e o resto do dinheiro do pão no fundo do bolso.

Sobre o Amor

Andúviel sentou- se em frente ao maior carvalho do Poem. Precisava ficar sozinha às vezes e esse era o melhor lugar. Pensava sobre como Malfisto mudara e obsecara-se com o tal traidor, que ele dizia estar entre eles. Isso a irritava profundamente, mas esse não era o ponto. Era que ele, sempre observador, não percebera sua insatisfação. Nem  Rociel, que a conhecia melhor que ninguém. O único que dispusera sua atenção a ela e perguntara o que havia sido fora Galpaloth... e até ali ela não havia percebido o quanto ele se importava com ela e se preocupava, mais que qualquer um. Nem o quanto aquilo era importante e nem o quanto ela gostava dele também. Agora, sentada sozinha e podendo refletir, ela percebia que sempre fora aquilo... ela percebia que nutrira um sentimento muito grande em relação a ele também e teria se preocupado com ele se a situação tivesse inversa. Ela riu sozinha no pé da árvore.
"Olhe só que sorte...".

Retratando de setembro de 2010

Eu acordei sozinha, dolorida. Marcas brancas descreviam os caminhos das lágrimas de ontem. Não sabia quanto tempo havia se passado até que eu acordasse, mas estava secretamente feliz, estava longe de casa. Muito longe. Ninguém pra apontar defeitos... ninguém pra implicar por qualquer motivo... aqui poderia morrer, morreria duplamente livre.
Levantei com calma, apoiada nos gravetos e folhas secas. Olhei em volta. Árvores brincavam em volta de mim e me confundiam. Minha cabeça doía e tem algo em volta de mim que a faz doer mais ainda, um cheiro forte de rosas.
- Olá - disse uma voz
- Oi - respondi meio tonta. E procurei de onde vinha tanto grave de voz. Era alto, moreno, cabelo liso escorrido na testa e espichado dos lados. Era lindo.
- Acordou finalmente.
- Esteve esperando? O que quer? - eu queria saber o que ele podia querer com uma pessoa que dormia na rua.
- Sabia que você fala rouco enquanto dorme? É lindo.
Ele sorria apoiado numa árvore logo à minha frente.
- Então... está sozinha? - disse ele ainda sorrindo.
- Espero que sim... - ele estava me confundindo. Tentei arrumar meu cabelo sem dar muita bandeira.
- Com fome? Tem muita fruta por aqui.
Eu o encarei meio espantada e decidi falar o que estava engasgando.
- Como você veio parar aqui? Quero dizer... o que te levou a me obsevar nesse tempo todo? Qual é o seu problema?
- Ah... isso...Bom... digamos que eu sempre estive aqui... Não, não sempre, mas eu meio que vim com você.





O resto mais tardeeeee.

Primeiro post - Trecho de A Transição

Andúviel pensou por tempo indeterminado. Ela pensava que se fosse ser tão difícil continuar com Malfisto... talvez devesse tentar ficar com Gondous de novo. Ela sabia que se corresse atrás dele seria fácil deixá-lo confuso, o relacionamento dele com Rociel está por um fio mesmo... Mas... Rociel era sua amiga, ela não merecia! Se ela realmente tinha perdoado amiga ela devia ter parado de pensar em pagar na mesma moeda. Suspirou e sentou no chão pra pensar. Gondous fora seu grande amor e ela ainda não tinha conhecido algo mais forte. Se ele estivesse com outra pessoa...

Ficou mais tempo pensativa quando apareceu Galpaloth. Seu coração automaticamente se forçou a ter mais calma. "April.". Ele a cumprimentou e sorriu, mas continuou seu caminho. Ela pensou em como ele era perfeito... tão calmo e sempre tão alegre... Cansou de sofrer pensando coisas tristes, levantou e seguiu para dentro do Grande Quarto ler alguma coisa mais interessante.